quarta-feira, 18 de junho de 2008

No escurinho do cinema

Pessoas reclamam de ônibus apertado!!!!


Fui assistir a um filme em "Hindi "( Língua oficial da Índia),que não domino, então tenho que ler as legendas que passam correndo me deixando em desespero.

Entrei em uma sala abarrotada que cabiam mais para mais que para menos 1500 pessoas.

A tela era gigante. O lugar uma mistura de grande hall e cantina, tipo um lugar de passagem, pois nunca em nenhum momento as pessoas paravam de falar com os personagens do filme. É isso mesmo, os indianos , pelo menos daquela região, indagam, conversam com os personagens virtuais e jogam pipoca na tela , como em desacordo com o enredo ou sei lá - Saca interatividade campestre?
Tudo isto entre um montinho e outro de comida que eles juntam habilmente com seus dedos( os Médecis não passaram por lá, garfo e faca são preteridos ao prazer e tradição de se comer com as mãos).

Eu só sei que eu assistia a pessoas que assistiam a um filme, que durava três horas, aliás filmes indianos duram sempre três horas no mínimo.

Era tudo tão ou mais interessante que assistir ao próprio filme. Ao vivo e surreal, mas como esta palavra não existe na Índia , em Bubaneshwar,bem na curva onde o mundo nunca se termina...

O meu vizinho falava particulamente muito alto, gesticulava e enxugava suas mãos cheias de ghee( manteiga batida) em suas calças ou no guardanapo,era completamente aleatorio. Ele olhava para mim com comida entre os dentes rindo e vez ou outra ficava irritado com o enredo, ai então que ele abria as pernas, batia com os pes no chão, contrariado. Sorte a minha, varias vezes era meu pé que ele acertava!

Eu como ocidendal acidental naquele momento apreciadora de nossos deuses gregos, queria ser Cronos ou Zeus para deglutí-lo ou Posseidom para para afogá-lo. Como eu estava em terras de Visnu, Shiva , Ganesh... decidi forçar um sorriso colocar as pernas para cima e gritar minha dor exatamente como a mocinha do filme...